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ECONOMIA - Faturamento das franquias volta a se aproximar do nível pré-covid

Publicado em 24 de September de 2020

Depois de um período desafiador no segundo trimestre, o setor de franquias acelerou sua trajetória de recuperação em julho - uma redução média de faturamento de 7,2% ante igual período de 2019.

Este é o terceiro mês consecutivo de recuperação, sendo que a taxa de julho é significativamente menor do que os 48,2% em abril, os 41% em maio e os 30,1% em junho. Os dados são do estudo mensal realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) em parceria com a empresa de pesquisas AGP.

A reabertura gradual do comércio e a reativação da atividade econômica, com o maior número de unidades em operação, fortalecimento dos canais digitais e a melhora na confiança por parte do empresariado e do consumidor são alguns dos fatores que influenciaram o resultado, segundo a ABF. 

A manutenção dos juros em níveis historicamente baixos e os programas de renda emergencial também impactaram positivamente, afirma o presidente da ABF André Friedheim. 

Além da melhora do quadro macroeconômico, Friedheim lembra que, desde março as redes intensificaram o suporte aos franqueados, e digitalizaram processos e canais de vendas para atrair o consumidor.

"A maior operação dos shoppings é outro fator que impulsionou o setor. Nos próximos meses, esperamos que essa melhora fique mais homogênea, abrindo caminho para resultados mais positivos", afirma.  

DIGITALIZAÇÃO AVANÇA, INTERIORIZAÇÃO CONTINUA

A melhora em julho ocorreu depois de um período muito desafiador no segundo trimestre de 2020. O balanço ABF/AGP aponta que houve uma queda de 35,7%, com faturamento diminuindo de R$ 43,12 bilhões no segundo trimestre de 2019, para R$ 27,72 bilhões em 2020.

Considerando o período de janeiro a junho de 2020, a queda foi de 18,1% (R$ 84,58 bi para R$ 69,25 bi). Já a taxa de unidades de franquia abertas foi de 1,2%, e de fechamento 4,4% - o que resultou em uma redução do volume total de 3,2%. O repasse ficou em 0,4%.

O estudo identificou ainda que houve uma queda de 15% no número de redes de franquia em operação no Brasil, considerando os seis primeiros meses do ano.

Neste grupo, há potenciais franqueadores que não deram andamento a seus planos de expansão (a maior parte), empresas que deixaram de operar no sistema, marcas descontinuadas e redes atingidas pela pandemia. Segundo a ABF, essas redes tinham poucas unidades, e seu impacto nos resultados do setor é marginal.

A pesquisa confirmou a aceleração de uma tendência importante no setor: a digitalização dos canais de venda. Notou-se uma migração das vendas via lojas próprias e franqueadas para e-commerce (que passou de 2,1% em 2019 para 2,9% em 2020), app de delivery (2,1%), app próprio (0,7%) e Whatsapp (1,7%).

Vendas por canais alternativos, como venda direta, catálogo e parceiros, passaram de 2,7% para 4,9%. Além disso, quase 70% das redes alegaram trabalhar com o e-commerce, enquanto em 2019 a taxa era de 61,1%. A participação dos franqueados neste canal também subiu, passando de 51,9% em 2019, para 91,6% em 2020.  

Mesmo em cenário adverso, a tendência de dispersão geográfica do franchising pelo país se manteve. Apesar da queda na participação do Sudeste, o faturamento do setor cresceu em estados fora do eixo RJ-SP. 

O presidente da ABF afirma que esse movimento é positivo pois abre novos mercados, dispersa riscos e atinge toda uma nova gama de públicos e investidores. Uma pesquisa recente do IBGE aponta o crescimento de cidades médias e polos regionais, muitos ligados à agricultura - o que confirma essa transformação.

"Essa é uma grande oportunidade de negócio, e o franchising está antenado a este movimento”, destaca. 

NOS SEGMENTOS

Pela primeira vez deste o início da pandemia, alguns segmentos do franchising voltaram a registrar crescimento no faturamento na comparação com o mesmo período de 2019.

Como casa e construção, que registrou alta de 36% ante julho do ano passado. O número, segundo Friedheim, chama a atenção, mas é preciso lembrar que a pandemia represou vendas e mudou sazonalidades.

Como vários indicadores e estudos apontam, o fato de as pessoas ficarem mais tempo em casa levou a investimentos e melhorias como reformas, compra de móveis e decorações, montagem de escritórios e até a aquisição de piscinas.

Já comunicação, informática e eletrônicos apresentou uma taxa de expansão significativa. Neste caso, a intensa digitalização dos negócios e da comunicação foram os principais impulsionadores.

Serviços e outros negócios cresceu 9%, alavancados por serviços logísticos e B2B, e que conseguiram atender ao aumento da demanda mesmo num contexto delicado.

Merecem destaque ainda os segmentos que, embora não tenham crescido, se aproximaram dos resultados de 2019. São eles saúde, beleza e bem estar, com redução de 2%, e limpeza e conservação, com -6%.

“Saúde e beleza está atendendo a demanda reprimida destes meses, mas também se beneficia de venda de pacotes e de ter investido no passado em um relacionamento mais digital com seus clientes. Já limpeza e conservação tem uma demanda grande para serviços de sanitização de perfil variado”, disse Friedheim.

Os segmentos de Alimentação (-27%) e Moda (-47%) forama alguns dos que mais sofreram impactos com a quarentena e a falta de público, mas também mantém uma trajetória de melhoria nos últimos três meses.

O estudo ABF/AGP apontou também que 5,1% das unidades de franquia estiveram fechadas temporariamente em julho- uma queda de quase seis pontos percentuais ante junho. Já a taxa de encerramentos definitivos chegou a 2%, e as de repasse, a 0,3%.

Friedheim lembra que, em julho, houve um movimento maior de ajustes, com fechamento de 2% de unidades, e casos de empreendedores que tiveram que encerrar mesmo as atividades, ou de redes e multifranqueados que optaram por otimizar sua ocupação territorial, focando esforços nas operações mais rentáveis.

"É importante ressaltar, porém, que essa taxa é inferior a de negócios isolados”, disse o presidente da ABF.

A Pesquisa de Desempenho Mensal referente a julho de 2020 envolveu uma base de 268 redes respondentes, que representam cerca 23,6% das unidades e 23,9% do faturamento do setor. Já a pesquisa do 2º trimestre teve uma base amostral de 319 respondentes, que representam 29% das unidades e 32% do faturamento.

Fonte: Diário do Comércio

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